sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O Vampiro Triste

Sou apenas um vampiro triste,
Não posso ver o sol,
Mas senti a luz que vinha do teu rosto.
Sou apenas um vampiro triste,
Às vezes um palhaço,
Às vezes um ator.
Sempre fui assim,
Mas agora estou cansado, já não sei o que sentir.
Por favor, me ajude!
Apenas me dê um pouco do teu sangue,
Apenas me dê um pouco do teu amor.

Sou apenas um vampiro triste,
E ninguém pode me ouvir quando choro,
Porque agora,
O motivo que me faz sentir assim,
Está muito, muito longe de mim.

Sou apenas um vampiro triste.
Mas se eu quisesse,
Eu poderia chegar lá em poucos segundos.
Porque meu corpo está aqui, mas a minha mente...
Eu não sei onde ela está.
Talvez esteja no teu país,
Talvez esteja no teu quarto,
Na tua cama.
Ou talvez apenas perdida no espaço.

Sou apenas um vampiro triste,
Mas eu brinco e me escondo no escuro do teu cabelo,
Protegendo meus próprios olhos do sol assassino.
Eu poderia lhe convidar para entrar em meu castelo,
Este estranho lugar que nem eu conheço.

Sou apenas um vampiro triste,
Mas eu poderia viver mil anos de alegria ao teu lado,
Voando com a tua alma, sentindo teu toque.
Ah, se eu pudesse te tocar agora,
Juro que minha pele nunca mais seria fria.

Sou apenas um vampiro triste,
Não é seguro estar comigo.
Mas naquela noite, você foi além.
Você viu o que sinto, viu minha alma,
Por debaixo de todas as minhas máscaras.
Você invadiu meus sonhos.
Fez-se a princesa desse meu castelo.

Sou apenas um vampiro qualquer,
E preciso de você, para continuar vivo.


Romulo Wagner de Souza
(Primeira parte da trilogia "O Vampiro Triste", escrita em 08/2000)

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