segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Desabafo de Outro Dom (Um Outro Cavaleiro)

Escrevo por dias melhores,
Mais leves e mais compactos.
Por momentos ensolarados,
Mais claros e mais felizes.

Sejam as palavras de quem luta,
Notícias da frente de batalha.
Que não pareçam mais duras do que são,
Nem tão simples quanto achei que seriam.

Todos os mortos se ergueram!
E o meu mundo ficou assim
Nas cinzas de tudo o que sou,
Numa pausa fria da vida.

Mas escrevo uma carta, um relato.
Destinada ao outro lado do muro,
A um tempo do porvir,
A quem serei nesse lugar.

Vou agora dar um descanso aos moinhos,
Vou dar uma folga para mim mesmo.
Deve ser essa a hora de deixar o campo,
Mesmo sabendo que não sei parar.

Já lutei contra todos os meus monstros.
Muitos deles eram reais,
Outros só faziam girar minhas engrenagens,
E estes eram sempre os mais difíceis.

Minha luta, de tão solitária ficou vã.
Embora seja a minha eterna causa,
A mesma causa de tantos corações.
Só sobramos eu e minha sombra.

Eram todos moinhos!
Eram todos eu mesmo!
Cada dragão, cada besta,
Cada fera que tive de vencer.

E mesmo o amor que eu sonhava,
Que acreditava trancado em alguma torre.
Esteve sempre tão próximo,
Tão dentro de mim.

Então sigo em frente pela tarde,
Ou seria enfim o amanhecer?
E nessa hora em que as coisas finalmente acontecem,
Volto para casa, colhendo as flores do caminho.


Romulo Wagner de Souza
(poesia escrita hoje - 02/08/2010)

2 comentários:

  1. Linda poesia, denota-se o conflito interior do "guerreiro", na sua busca do Amor Incondicional!
    Somos místicos para alcançarmos também, por consequência e sequência, seres míticos, se nos for concedido esse dom pela força na natureza etérea, pela alma, pela força divina.
    A imensidão do Ser divino reparta por si a sabedoria que lhe é própria e lhe ampare os passos do seu percurso terreno. Termos-nos cruzado foi um ato feliz, não concedido por acaso nem houve arbitrariedade nenhuma neste encontro.

    Grata pela visita, e com certeza estarei sempre por aqui, sorvendo dessas Letras e Cores...

    Abraços

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  2. Olá!
    Obrigado pela visita, e pelo belo comentário.
    Quanto à poesia, pois é, quem de nós nunca se viu diante dessa batalha "Quixotesca", ao longo da vida?
    Somos todos frágeis e sensíveis cavaleiros, somos todos Dom Quixote! rsrs

    Fico contente que estará acompanhando meus modestos Pensamentos em Letras e Cores...

    Abraços,
    Romulo

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