sábado, 7 de agosto de 2010

Não Morra Esta Noite

Os dados serão lançados,
Numa mesa qualquer deste cassino,
Que muitos chamam de vida.
Então, não morra esta noite!

Sei que o poeta já não sabe se expressar,
Sei que a música às vezes fica muda
Mas não morra esta noite,
Não antes de jogar comigo!

Aqui, a roleta quase sempre é russa,
Mas às vezes não há balas no tambor,
E foi apenas um susto.
Não morra esta noite,
Mesmo que o céu se feche,
Mesmo que as crenças caiam.
Se tua casa é tão louca quanto a minha
Não deixe de tentar,
E não tenha medo de parecer
De parecer inconsequente.

Afinal, tudo nessa vida é jogo,
É um teatro de vampiros,
Um circo de pulgas.
Toda ilusão é real enquanto vivida,
E outra música ainda será cantada,
E outros motivos ainda hão de levá-la
À mesa de cartas.

Onde todas elas são iguais,
Mas às vezes, o coringa aparece.
De minha dama, não tenho nem sinal,
Pois sempre o valete malvado vem antes.
Mas não me importo,
Ainda sou o mesmo jogador compulsivo,
O mesmo louco, apaixonado pela vida.

Não morra esta noite,
Porque fomos jogados aqui
Sem saber porquê, pra quê...
Então até que o Dono do cassino nos expulse
Aposte sem parar, pois o jogo há de virar,
Você vai ver!

Até lá ficamos assim,
Jogando por pequenos breves prêmios,
Como paz, amor, amizade.
Se vencer, valeu!
Se perder, o que vale é a emoção do jogo,
E sem emoção não dá!

Então não deixe de tentar,
Não deixe de sonhar,
Não desista de apostar,
Não desista de amar,
E por favor, não deseje
Morrer esta noite.


Romulo Wagner de Souza

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