sábado, 31 de julho de 2010

Desculpe o Tumulto

Desculpe ter voltado só agora, que já é noite,
Ter perdido o pôr do sol, a fase mais simples.
Mas minha viagem foi tão longa, tão cheia de curvas,
Que só agora consegui voltar onde tudo começou.

Não trago apenas tumulto na bagagem,
Mas venho pôr ordem às coisas que deixei no ar.
Se a hora é delicada, sei que o momento é decisivo.
E nesse resgate tão recíproco, tão natural, tão lindo.
Guardei para você as flores que fui encontrando no caminho.
Desculpe Raquel, só queria lhe dizer que te amo.

Por tanto tempo eu busquei um Norte.
Um dia eu não queria partir, mas tive que ir.
Noutro eu não sabia mais como voltar, eu não via.
E ainda assim sou o mesmo, batendo hoje à sua porta.

Quero um leito de paz, onde repousem nossos corações.
Cansados das coisas que viveram, e daquilo que não tiveram.
Possamos dividir um lar, as nossas horas, nossos sorrisos.
Alimentados por tudo de bom que fez de nós o que somos,
Encorajados pela presença um do outro, de volta às nossas vidas.
A segurança que você busca está nos meus olhos, nos meus braços abertos.

Seja esse o descanso merecido após a longa espera.
A espera de sermos felizes, de vivermos o que sonhamos.
Estar com você é me reconciliar com a vida,
Porque eu sei que nasci para ser teu homem.

Por isso eu peço que me deixe entrar, que aposte em nós mais uma vez.
E em troca eu lhe ofereço minha força, minha coragem e meu amor.
Feche os olhos só mais uma vez, e deixe aquilo que já não te basta,
Porque eu sei que juntos somos mais que isso.
Porque tudo em mim me lembra você, me leva à tua direção,
E é ao teu lado que quero viver as surpresas que a vida ainda me reservar.

Seja a senhora do meu lar, a mãe dos filhos do nosso amor,
Seja o brilho da minha casa, a razão de eu voltar feliz todos os dias.
Seja minha inspiração, e mais que isso, minha realidade.
Desculpe o tumulto Raquel, mas precisava muito dizer que te amo.


Romulo Wagner de Souza

Buscamos

Buscamos aprender com nossos erros,
Crescer, amadurecer.
E ainda buscamos por contos de fada,
Que contrariem todas as nossas convicções.

Buscamos ser nós mesmos,
Donos de nossas razão.
E ainda buscamos um amor assim tão grande,
Que sequer sabemos viver.

Buscamos segurança,
Ou alguma coisa que alivie a nossa busca.
Buscamos uma chuva de verão qualquer,
Que refresque a vertigem seca de nossos dias.

Buscamos vencer.
Não importa se a eles, ou a nós mesmos.
Buscamos ser coerentes,
Mesmo sem saber o que tanto buscamos.

E eu... Que já nem sei o que procuro,
Busco qualquer coisa que ponha a caminho..

Buscamos alguém que esteja nos procurando,
E que então nos salve de nós mesmos.
Buscamos quem drible as nossas defesas,
E nos faça viver tudo aquilo que esquecemos.

Buscamos reconhecimento, sucesso.
Buscamos ter dinheiro,
Para depois,
Buscarmos transcender a ele.

Eu também busco essas coisas,
Como uma criança velha,
Feito todas as outras...

Buscamos sentir sem nos prendermos,
Tentando não mostrar o que buscamos,
Numa nova dança sincronizada,
Onde ninguém mais corre riscos.

Buscamos.
Somente porque somos feitos de buscas, de conquistar.
E aspiramos o momento
Em que encontraremos aquilo
Que dará sentido a tudo que buscávamos.


Romulo Wagner de Souza
(poesia escrita em 04/2005)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sendento de Vida

A vida é uma estrada sinuosa
De caminhos estranhos e inesperados.
A vida é estranha e perfeita.

Que eu não me esqueça disso em momento algum!
Quando abri os olhos pela primeira vez neste planeta,
Foi para encontrar e me envolver com o imenso mundo que me cercava.

E hoje aqui estou.
Então que sonhos não se percam em minha cabeça.
Que o vento forte que vem do mar,
Me carregue por caminhos que ninguém passou.
Que a vontade intensa que me consome.
Jamais permita que eu pare de andar.

Porque eu sou forte!
E em paz com a minha alma eu sou gigante.
Nasci para ser névoa que paira em todos os arredores.
Nada pode me parar.

E não há de ser o pesar da dor,
Do medo, ou da própria insegurança,
Que me farão cair por terra.

Tenho um pacto com a vida!
E sei que sempre haverá um novo apoio qualquer,
Cada vez que eu assim precisar.

Nasci para ver o sol brilhar,
Com sua luz divina,
Sua paz contagiante.

Nasci para ver a noite cair,
Com seu silêncio mágico,
Sua paixão explosiva.

E sei que o universo há de me soprar
Por caminhos assim tão novos,
Porque já cheguei longe demais para parar.

E ao final, eu sei que vou vencer!
Porque em paz e comunhão com meu ser,
Eu fiz, e o fiz grande.

E aqui estou agora.
Mesmo que ferido, disposto,
Mesmo que assustado, com fé,
Mesmo que com medo,
Com a certeza de que hei de chegar além.

Porque sei que a vida e o Deus
Que me trouxeram até aqui,
Não o fizeram para me deixar sozinho nesse caminho.

E sei que ele, com Sua mão gentil,
Há de estar comigo,
E me levar por caminhos que somente meu coração conhece.

E então,
Tudo ficará em paz!


Romulo Wagner de Souza
(texto escrito em 2001)

Solidão a Dois

A solidão é peso que nos reduz,
Margens que nos estreitam em nós,
Secura que nos faz estéreis.
Sem graça, sem alento,
Sem cor, sem poesia.

Tão cruel quanto a solidão a dois,
Dos que coexistem sem se notarem,
Dos que fingem não verem, não perceberem
Que já não se pertecem, não se enxergam.
E mesmo numa mesma cama,
Habitam mundos tão distantes.

A solidão é toxina invisível,
inodora, mas amarga - anestésica.
Nos envenena sem notarmos,
Faz de nós uma outra coisa qualquer.
Diferente do que éramos,
Diferente do que somos.

A solidão nos vence pelo medo da solidão.
Nos traímos e nos vendemos por tão pouco,
Aceitando a ausência como que compensando o vazio.
Viciados e dependentes da solidão do lar,
À qual ficamos acostumados,
Achando que esta não é a mesma solidão da vida.

Faz de nós miseráveis de nós mesmos,
Avesso de tudo que fomos um dia,
Convence que somos mais fracos do que somos.
Faz do novo e do belo um tormento ainda maior,
Inertes diante das chances de sermos felizes,
Mais assustados que com a dor discreta de cada dia.

A solidão é o centro de gravidade que nos prende.
O quarto fechado que nos aprisiona, que nos tira a visão.
Ao ponto de não mais percebermos que estamos sós,
Apenas por haver um outro corpo, outra criatura cega,
Que de tempos em tempos nos toca,
No mesmo escuro sem vida e sem paixão.


Romulo Wagner de Souza
(poesia escrita hoje - 30/07/2010)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Para Quem Quiser

Vou cantar,
Palavras doces, de dor, de perda, de paixão.
Para quem quiser ouvir,
Eu vou andar.

Vou gritar,
Aos ouvidos surdos desse corpo que se arrasta,
Palavras de amor, de sonho, de erro, de solidão.
Para quem quiser sentir,
Eu vou falar.

Vou chorar,
Caminhando até o fim desse mundo em busca de algo que me esfrie a pele.
Mas agora, o sol já não me acorda,
Já não sinto a madrugada,
Os dias passam sem se notar.
Eu vou roubar.

Vou esquecer,
Vou arrancar meu coração desse leilão sujo.
E trazer flores, estrelas, chuva e poesia,
Para quem me oferecer um abrigo qualquer,
Um peito, um corpo, um cheiro.
Eu vou cantar.

Vou matar,
Esquecendo que essa frieza não é minha,
E nada mais me pertence.
Vou buscar o breu no fim da vela,
A paz depois do muro,
E voltar ao lugar onde me esqueci,
Eu vou sorrir.

Vou amar,
Como poeta, como louco, como anjo,
A quem der cinco minutos de vida
A este que anda sem enxergar.
A quem trouxer sorrisos novos, sonhos impossíveis e jogos perigosos.

Enfim eu vou cantar,
Vou chorar, sorrir, amar, matar, gritar, vou enlouquecer!
Mas antes,
Para quem quiser,
Vou me fazer sentir...


Romulo Wagner de Souza
(poesia escrita em 03/2003)

Queda Súbita

Sentado
No chão frio de uma sala muda.
Na fé de que um mesmo mal
Não pudesse acontecer duas vezes,
Eu caí.

A sala
Gira pesada enquanto sombras dançam.
Num silêncio denso que sufoca,
Nas vertigens tristes de um sonho vão,
Eu caí.

Senti,
Qual um presságio sombrio, turvo.
Numa ânsia que envenenava meus sentidos,
Lá se foram meu sono e minha paz,
Eu caí.

O golpe.
Subjugado pela realidade, me machuquei.
Num reflexo primitivo, me embruteci.
E a ternura deu lugar à mágoa, que se tornou rancor.
Eu caí.

A dor.
Qual torpe bizarro se espalhava em mim.
Numa onde de calor, de frio, de suor.
Em cada fibra do meu corpo inerte,
E caí.

Depois,
Como ao final do sonho que foi um dia,
A verdade confusa pairava nos fatos.
Já baixei minhas armas, meu orgulho, meus joelhos.
Eu caí.

Agora,
Sigo movido pelas coisas do dia a dia.
Eu caminhava em paz quando você me atingiu,
Fio abatido por algo que sequer vi chegar.
Eu caí.

Ao chão,
Olhando o teto estranho de uma sala muda.
Imerso na solidão a que me vi lançado.
Suspenso entre o choque e o pavor,
E caí.

Não sei,
Mas o raio que me acertou já se foi.
Sem deixar rastro, virou as costas e partiu,
Ignorando a dor que fez - praticidade.
Como se o sonho jamais o houvesse sido.
E se foi mesmo um engano, quem será você?

Mas volto a mim calado, sem eixo, sem paz.
Com pesar, reconheço meu erro, minha dor.
Deixo ao ar.
Já não há o que fazer
Porque eu sei,
Eu caí...


Romulo Wagner de Souza
(poesia escrita em 04/2005)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Versos, Guerras, Medos e Amores

Há versos que são pequenos,
De poucas palavras.
Outros que são apenas vazios,
Que nada dizem.

Há guerras que são santas,
Frias, químicas, biológicas.
Mas há outras que acontecem em silêncio,
Guerras que ninguém vence.

Medos.
Há os que são infantis, ingênuos.
Mas há outros,
Que nascidos depois de maduros,
Por serem parte da mesma dança lógica,
Tornam-se nossos companheiros diários.

E os amores,
Do platônico submisso
Ao conveniente do instinto,
Mudam tudo o que há ao redor.

E há você.
Descrita.
Em versos secos - subjugados,
Em preces poéticas - angelicais.
E ainda assim,
Hoje é guerra.
Justificada por anseios de paz.
Em palavras mudas,
Em silêncios distantes.
Guerra que aniquila.

Fosse apenas loucura.
Mas insiste em ir além,
É o único sonho de amor,
Meu surto de lucidez.
Desejo do meu desejo,
O amor real - sem máscaras.
A conquista,
Que de tão diária,
É natural.


Romulo Wagner de Souza

Poesia

A poesia é o sonho vão de quem se ilude.
Desejo condensado em palavras tão absurdas quanto ele.
Sangue de tantas cores,
Que não esconde a dor de quem derrama.

A poesia é o grito ignorado.
Revanche de tudo que se sente, e não se pode negar.
Ponto mais escuro dentro da sombra densa,
Onde até a firmeza do chão se faz distante.

A poesia é o amor que não se vive.
Êxtase sublimado de uma paz que nos escapa.
Perfume de rosas mais belas que as rosas,
Exalando pelos poros de um corpo maior que nós.

A poesia é a graça de respirar.
Prazer de ser o que se é sem medo - a dança livre.
Onde gritamos nossos ódios e rancores,
Tão honestos quanto os devaneios mais bonitos.

E ainda assim são só palavras.
Como a própria matéria bruta que nos cerca o espírito,
Pontos e sinais estranhos,
Que só de longe insinuam a beleza dos sonhos que os animam.

Eu nada crio.
Qual um mudo, balbucio.
Em termos pobres, simples, crus,
Tudo aquilo que já existe em mim.

Não sou que faço, mas a poesia é que me leva.
Qual bengala de um velho cego me conduz,
Aos tantos cantos do meu ser, meu peito, meu ódio e meu amor.
Enquanto canto o que não sei dançar, e vivo o que não sei sentir.

E ainda assim é apenas poesia.
Lágrimas de um choro seco,
Peso de uma dor imensa,
Sorriso que não cabe num rosto,
Orgasmo que não se limita à cama,
Amor maior que o coração que o sente,
E é apenas... Poesia.


Romulo Wagner de Souza
(poesia escrita em 2008)

terça-feira, 27 de julho de 2010

Carnaval de Veneza

Danço só,
Num salão de pares já formados.
Danço com minha própria sombra.

Danço só,
E quando fico mais velho,
É minha solidão que faz aniversário.

Despido de minhas máscaras,
Nesse bloco eu desfilo nu.
Danço só.

Miserável que me tornei,
Mendigo o beijo frio, embriagado.
E nada mais aparta o vazio que já é meu.

Finda a festa,
O palco ruidoso volta a ser cômodo mudo.
O figurino agora é trapo sem vida.

O caminho de volta é escuro,
Cheio de perigos mais reais.
Caminho só...

Envergo a capa elegante,
Enquanto meu corpo é invisível em suas formas.
Caminho só.

A lua,
Agora não mais que cúmplice vulgar,
Enche de vazio e luz exausta
As ruas estreitas por onde passo.

Danço só.
Caminho só.
Em passos largos,
Em giros ébrios.
Enxergando fora o que existe dentro,
Sentindo dentro, o que se ausenta fora.

E ainda assim,
A despeito de tudo que se reclama,
Isso é apenas um momento.


Romulo Wagner de Souza
(poesia escrita em 23/05/2004)

La Finestra del Pierrot

Seu Anjo, Seu Homem


Quero estar contigo,
E lhe envolver num abraço constante, doce de harmonia.
Mesmo que às vezes você não veja, mesmo que às vezes, quase não perceba,
Lá estarão meus braços.
Cercando o teu corpo e,
Ao mesmo tempo,
Levantados ao céu, pedindo ao Pai que lhe proteja.
E sendo assim,
Vou pedir aos outros anjos que lhe acompanhem,
Levando a você os meus beijos,
Em suaves sopros na sua nuca,
Te arrepiando as costas em toques sutis,
Como se fossem minhas próprias mãos.
Eu te quero bem,
Tal como teu anjo deve querer...

Quero estar contigo,
E te molhar as costas com meu suor quente.
Quero te sentir tremer, enquanto,
Lenta e profundamente eu invado o teu corpo.
Lá estarei eu
Envolvendo a beleza de toda a tua carne,
Embriagado do teu cheiro úmido.
Para então,
Junto de você explodir em desabafo, alívio e êxtase,
E dançar entre as cores que vemos nessa hora.
E depois desse súbito e profundo delírio,
Quero em silêncio lhe dizer o quanto te amo.
Tê-la exausta e leve, repousando nos meus braços, contra o meu peito.
Eu te desejo,
Com toda a paixão natural carne.

E somente dessa forma,
Explorando e me saciando desses dois pólos do mesmo sentimento,
Eu sei que realmente estarei contigo.


Romulo Wagner de Souza

Tenho Andado Distante

Tenho Andado Distante

Num silêncio estático,
Imóvel, sem cor,
Apagado.

Tenho andado.

Sob o sol que seca,
Terra dura onde quase nada brota,
Brisa feroz que esmaga o que germina.

Andado distante.

Em passos curtos,
Cansados de tropeços.
Sonhando qualquer coisa leve,
Que confunda por um instante
O peso que me sufoca.

Tenho.

Mesmo sem possuir, eu sei.
Bastará um olhar,
E já estarei vivendo
A beleza que cerca a tua beleza,
A alegria que antecede o teu sorriso,
O assunto de tuas palavras,
Ainda antes de te ouvir,
Antes de conhecer você.

Andado.

Na paradeiro confuso
De quem se foi sem pressa.
E tendo estado em cada canto,
Não encontrou aquilo que buscava.
O lugar onde haja o abrigo
Do inusitado dentro do esperado,
Sob um céu que só se sente.

Distante.

Entre aqui e lá.
Perto do invisível,
Logo após o eterno de tudo que já se foi.

E fosse você o tiro de liberdade!
Ainda que com o peito ferido,
Mesmo que sangrando,
Eu sorriria.
E ainda que caindo,
Eu voltaria a viver.
E por um último instante eu seria novamente
Tudo aquilo que jamais deixei de ser.


Romulo Wagner de Souza
(poesia escrita em 03/2005)

Fim do Inacabado

Deixo a plateia antes do fim do espetáculo,
Viro a página antes de ler o texto,
Acordo antes de terminar o sonho,
E tudo isso já parte de mim.

Então, quando nem o torpe apaga minhas lembranças,
Escureço ainda antes do pôr do sol.

Minha poesia não chega ao fim,
Me acostumei a ver anseios terminarem em vazio.
Não escrevo, não penso, não sinto.
E quando vejo, desisto de enxergar
Em brincadeiras que há muito não me divertem.

E sei que me tornei parte de tudo o que odiava,
Caminhando com pernas que não são minhas.

Já não corro até a linha de chegada,
Já não chego, já não fico.
E num ponto qualquer,
Entre o início e o fim das coisas que me cercam,
Ergo um castelo de fumaça,
Observando... Pelo outro lado do espelho.


Romulo Wagner de Souza
(poesia escrita em 05/2005)

Talvez Ele Tenha Me Traído

Talvez ele tenha me traído,
Talvez tenha traído a si mesmo.
Escureceu, ficou frio,
Ficou duro, amargo.

Tão cansado após o fim,
O último golpe que sofreu.
Fez-se invisível, desapareceu,
Em tudo eu registro a sua ausência.

Logo agora que o sonho se tornou real,
Logo agora que cheguei aqui.
Tão silenciosamente ele se foi,
Que tanto demorei a perceber.

E agora então
Nada tem o mesmo gosto,
O mesmo cheiro, a mesma paz.
Principalmente eu não sou o mesmo.

Dessa vez eu realmente me perdi.
Absorvido pelo lado mais turvo,
Sou aquilo que temia me tornar,
Perdi o fio de meada, a referência.

Chove em mim e nos meus crimes.
Crimes contra a própria inocência.
E quem sangra sou sempre eu,
Estou envolvido nos dois lados.

E ele que um dia esteve em tudo,
Hoje de nada faz parte.
A não ser em breves surtos,
Quando surpreso, eu me vejo sensibilizado.

Pouco sinto desde que se foi,
Nem sei como isso aconteceu,
Mas em algum momento triste
Abriu-se um rasgo em meu peito,
E por ali ele saiu... Saiu...


Romulo Wagner de Souza
(poesia escrita em 06/2007)

Meu Novo e Mais Antigo Sonho


Permita que eu seja o teu último par nessa festa,
Aquele com quem dance a última valsa, o que te leve pra casa.
Permita que sejam meus os olhos que você encontre
Quando tudo parecer irremediável e cinza.

Nem sei como nunca lhe escrevi antes.
Ou será que todos os meus poemas só falavam de você?
Como pude dormir todas as noites nesses anos.
Teria sido apenas na esperança de sonhar contigo?

Eu que estive tão longe, em tantos espaços.
Estar hoje ao teu lado é desafiar o tempo.
Como se ele tivesse se esquecido de passar para nós,
E nesse descuido inusitado, eu sei que ainda somos os mesmos.

Talvez de fato o tempo tenha parado
Para esperar que acertássemos nossos passos.
Ou talvez depois de uma volta inteira de nossos astros
Eu esteja novamente aqui, lhe dizendo o meu nome.

Eu pensei em resgatar você, mas eu é que fui salvo.
E em poucas horas eu era novamente o que sempre havia sido.
E você, a mulher, a garota, aquela que um dia me fez voar,
Como se enfim tudo que era latente em nós voltasse à vida.

Quero enfim o final feliz do meu sonho mais antigo.
Quero acordar amanhã do teu lado, em nossa cama,
Ver você ainda dormindo, e saber que isso era o que eu buscava.
Quero teu cheiro nas minhas roupas, tua pele no meu corpo.

Essa há de ser a maior de todas as minhas aventuras
Uma vida tranquila e segura ao lado da mulher que sempre amei,
E um dia rir desses anos em que não fui teu,
Como se eles nunca tivessem passado de meros e poucos segundos.


Romulo Wagner de Souza

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Eu Conheci Uma Garota


Eu conheci uma garota,
Há muitos anos. Muitas marcas atrás.
Ela era tão alegre, tão solta, tão maluca.
E eu era apenas um menino, tão menino.
Ela era aquilo que eu queria ser,
Mais esperta, mais ousada, mais leve.
Era a primeira que eu via uma mulher
Com os olhos de quem deseja, de quem sonha.
Ela me deu um beijo, sorriu e dançou.
Era tudo tão simples, e mesmo assim impossível.
Eu nada podia fazer, senão chorar por aquele rosto
Que só depois percebi que o buscaria em tantas outras faces.

Ela ficou triste, mas me disse que não podia mais...

Eu encontrei uma garota,
Numa casa que era também uma prisão.
Ela estava tão triste, tão presa, tão acomodada.
E eu era apenas um rapaz, um sonhador.
Ela era aquilo que eu queria ver de novo,
O sonho que eu queria dormir. Eu queria notícias.
Era a primeira vez que eu via uma pessoa cinza
Alguém que sofria em silêncio, que não lutava.
Ela me deu um beijo, e chorou nos meus braços.
Era tudo tão difícil, e mesmo assim eu me encantava.
Eu tentei trazê-la comigo, fazê-la sorrir, dançar.
E só depois percebi que eu é que ficava no escuro, que sofria.

Ela lamentou, mas me disse que nunca mais...

Eu fui visitado por uma garota,
Numa terra distante, onde tentei fazer um lar.
Ela estava tão risonha, tão presente, tão quieta.
E eu era apenas um jovem machucado, sangrando.
Ela era aquilo que eu já não acreditava, não sonhava.
A armadilha onde antes me precipitei, onde caí.
Era a primeira vez que eu não conseguia me envolver
Mesmo por alguém que antes me fazia voar.
Ela me deu um beijo, dormiu comigo e sonhou.
Era tudo tão tranquilo, e mesmo assim eu não via.
Eu disse que já não podia ser. Eu já era outro.
E só depois percebi que mais uma vez eu perdia um sonho.

Ela chorou, mas me disse adeus...

Eu encontrei uma mulher,
Tantos anos depois, tão cheios de marcas.
Ela estava tão cativa, mas tão surpresa em me ver.
E eu enfim era um homem, determinado a poder amar.
Nós éramos aquilo que tanto buscávamos, tanto queríamos.
Um reencontro com nossa própria natureza, nossos sonhos.
Era a primeira vez que nos parecia possível e permitido,
Mesmo tendo ainda uma última prisão para se escapar.
Ela me deu um beijo, almoçou comigo e me fez feliz.
Era tudo tão fantástico, e mesmo assim real.
Eu disse que nunca mais iria embora, que ficaria ali,
E na mesma hora eu sabia que enfim fazia a escolha certa.

Ela ficou vermelha, sorriu pra mim e me disse sim...

Eu conheci uma garota que virou mulher,
Enquanto em ruas paralelas e distantes,
Eu que era só menino, me tornei um homem.
Passamos por tantas coisas à distância, sem saber do outro
E mesmo assim quando nos olhamos ainda podemos nos reconhecer
Mais vividos, mais fortes, mais maduros,
E ainda com os mesmos olhares daqueles tempos tão antigos.
Ela diz que lhe dou ânimo para fazer o que precisa,
Enquanto sinto que ela me dá paz para esperar,
Para enfim ficarmos juntos, para sermos nós,
Para dormirmos e acordarmos na mesma cama, no mesmo lar.
E quem poderá nos julgar, dizer o que é certo?
Quem poderia entender uma história assim tão rara, tão bonita?
Nossos sorrisos são mais bonitos quando juntos,
De mãos dadas hoje somos invencíveis,
E em nosso céu finalmente nasce um sol de mais amor,
Do amor que sempre sonhamos viver juntos.


Romulo Wagner de Souza

Eu Via Flores

Eu via flores.
Depois de tanto tempo longe delas, eu via flores.
Pudera eu então retribuir de alguma forma o bem que esta me fez.

Seu fosse como a flor,
Mandaria minhas pétalas para cobrir e enfeitar o teu caminho,
Mandaria meu perfume para fazer ainda mais leve a tua essência.

Se eu pudesse ser
Talvez a flor do sol.
Lançaria minhas folhas quentes para aquecer a tua tarde fria.
Talvez o vento,
Te envolveria com meus galhos invisíveis numa dança nova
Para transformar tua atmosfera.

Ah, se eu pudesse ser como a flor...
Num simples silêncio
Eu te diria o quão bem desejo que você esteja,
E na mais absoluta falta de palavras
Te lembraria do quanto você é especial.


Romulo Wagner de Souza
(escrita em 2000)

domingo, 25 de julho de 2010

Condição da Vida


Seguras são as frutas de resina,
E as flores de plástico,
Não apodrecem,
Não murcham.
Não perfumam,
Não alimentam.

E nesse estranho vai e vem de ideias,
Não sei ao certo de onde vem o que escrevo.
Reflito se sou realmente contemporâneo,
Ao apenas um fragmento de algo antigo, que já passou.
Fico confuso com minhas próprias emoções,
Perdido entre anseios, chegadas e partidas.

Mas seguras são as frutas de resina,
E as flores de plástico.
Não apodrecem,
Não murcham.
Não perfumam,
Não alimentam.

E tudo que for diferente disso,
Será chamado Condição de Vida.
Onde pairamos
Quase que náufragos embriagados,
Numa busca incessante por um Norte
Que nem sempre acreditamos existir.

E mesmo sabendo disso,
Entre uma coisa e outra,
Eu escolho... Sentir.


Romulo Wagner de Souza

Seja Você


Seja a imagem que me paralise.
Que me faça perder a voz, a fala,
E me confunda o raciocínio ao te olhar.
Tirando de mim toda lógica que eu pense ter.

Seja minha musa, minha inspiração.
Onde meus olhos fiquem presos por encanto,
Tentando roubar os traços que empresto
Aos quadros que me lembrem você.

Seja o motivo das minhas mãos tremerem,
Do vacilo ingênuo dos meus planos,
Das noites que eu fique sem dormir.
Seja aquilo que esteja sempre em mim.

Seja o assunto comum das minhas conversas,
Das poesias que ainda quero escrever,
Dos sonhos que eu tiver nas noites como esta.
Seja meu pensamento, meu cotidiano.

Seja minha amante, razão do meu desejo.
Senhora do meu corpo que tão conheça.
As formas que fascinem sempre mais,
Seja minha cúmplice, minha amiga.

Seja a atração da minha boca, dos meus sentidos.
O beijo que me mate a fome, a sede, o sono,
A confusão da minha pele, meu arrepio.
Seja o abraço que me faça sentir maior.

Seja minha vontade de ser melhor,
Que me faça querer ser mais
Apenas por não caber em mim.
Seja o sorriso que me faça sorrir.

Seja meu amor, minha alegria, minha mulher.
Meu tormento, e solução para minha paz.
Seja aquela que caminhe comigo.
E acima de tudo... Seja você!


Romulo Wagner de Souza

sábado, 24 de julho de 2010

Teu Fã


Eu sou fã dos teus olhos cor de outono.
Curtos como as tardes de inverno.
Alegres feito manhãs de primavera,
Brilhando como um sol de verão.

Fã do teu sorriso largo de domingo,
Que pousa ou paira na tua boca pequena.
Em lábios fortes que dançam no teu rosto.
Teu sorriso que me deixa mudo.

Fã dos teus cabelos que eram curtos,
E hoje caem despreocupados nos teus ombros.
Moldura jocosa do teu semblante,
Contrastando a seriedade que me fulmina.

Fã dos teu corpo - braços e pernas.
Do encaixe, da fusão no meu abraço,
Da leveza que te escapa em cada gesto,
Das mãos gentis que me tocam sem silêncio.

Isso pra não falar do teu cheiro, teu perfume.
Que me confunde os sentidos mesmo quando distante,
Da inveja que sinto das roupas que te envolvem,
Que tocam a tua pele, e se molham do teu suor.

Fã da tua leveza, teus modos delicados.
Das guerras que trava dentro de você,
Entre a força intensa do que sente,
E a censura desmedida que tua razão impõe.

Fã da tua imagem, onde fixo meu olhar.
Que me deixa sempre sem palavras, sem ação.
Do impacto que o teu silêncio causa em mim,
Da paz que você transborda e que me entorpece.

Gosto de ver você chegar assim tão discreta,
Qual se fosse o outro pólo da minha agitação.
Quando me beija à distância, com tanta graça.
Gosto muito do que sou, quando estou com você.


Romulo Wagner de Souza

Procura-se

É a minha ressaca,
Revolta do meu próprio corpo,
Minha vontade de partir,
Meu olhar vazio.

Cansado de transgredir,
De estar na contra mão.
Mas se tudo ainda me sufoca,
Quando eu vou estar em casa?

Estou cansado de mim mesmo,
Estou cansado dos meus.
Tudo já se foi e já voltou tantas vezes,
Que mesmo eu devo ser uma mentira.

Por tudo isso,
E por coisas que vão além do texto,
Além da palavra, do som,
Procura-se!

Procura-se alguma alma perdida
Que toque alguma parte doce do meu ser.
Que me inspire, que expire.
Algum perdido que me salve.

Procura-se um projeto,
O sonho do início de janeiro.
Que possa fugir às páginas do calendário,
E fazer o tempo parar em mim.

Procure-se um sorriso largo,
Ou aquele beijo que eu perdi na história.
Último laço do moço bom que se foi,
Procura-se inocência, o estado puro.

Procura-se um motivo novo,
Uma página em branco,
Um dia de sol.
Procura-se retomar o fio...


Romulo Wagner de Souza

Plenitude

Eu busco a genialidade da forma sem forma.
Manifestação física do abstrato que se faz tangível.
Busco um pedaço de papel qualquer,
Onde caibam meus sonhos e meu horrores.

Eu busco por aquela que me disse não,
Detro dequela que sorriu pra mm.
Ao lado das que me deram prazer,
Junto de todas que me fizeram chorar.

Busco todos os amores, dentro de um só amor.

Eu busco a coragem dos antigos heróis,
Que romperam com tudo que era convencional
Pela loucura de viverem seus sonhos, suas lutas.
Mesmo sabendo que hoje já não existem heróis assim.

Eu busco a forma de viver em dois mundos.
Um pé neste - o outro do outro lado, abaixo, acima.
Busco a fada rosada entre as pernas dela,
Um pedaço meu que cresça e ganhe vida no seu ventre.

Eu busco o meu tormento naquilo que me dá paz.
O que me enverga o corpo e estremece a alma.
A melodia que só existe em mim, que me faz voar.
Busco ser aquilo que realmente sou.

Eu busco a fala acanhada dos que temem,
As lágrimas dos que suspiram de prazer,
O andar torto e manco dos que correm contra o vento.
Eu busco a paisagem que só vejo quando fecho os olhos.

Eu busco o profano que caminha com o sagrado.
Avesso do que é real, ou que chamamos assim.
A vida que vai além da própria vida,
O velório dos mortos, na festa dos que nascem.

Eu busco estar comigo, para abraçar a todos.
Numa canção que não se ouve, ou que se ignora.
Busco o meu passado mais remoto,
Na brisa leve dos dias que ainda hão de vir.


Romulo Wagner de Souza

Among the Bad Ones


Lápis Aquarela sobre Papel
(65x45cm)

Romulo Wagner de Souza

Chi è nascosta?


Chi sará quella ragazza?
Nascosta dietro le tue maschere,
Dietro i sorrisi.

Chi sarà quella che sempre parla,
Sensa mai dirmi qualcosa per davvero,
Qualcosa che faccia senso.

Chi sará quella donna che trovo oggi,
Da tanti anni conosciuta,
Ed ancora una strana per me.

Chi sará quella che mi ha sempre nelle mani,
Che sembra sempre di scherzare
In mezzo alle imagine dei miei sogni perduti.

Dimmi oggi, dimmi adesso,
Chi sei tu?


Romulo Wagner de Souza

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Confesso


Por Deus, eu estou cansando,
E num tropeço, eu conheci você.
Agora cuspa-me, antes que eu fique amargo.

Eu fumaça derradeira que sai da lenha que se apaga,
Densa, mas dissipável.
Não se engasgue, apenas me viva.
Eu sou o palhaço triste,
E é assim que me conheço, e sei o que fazer.

Sou sólido, porém invisível.
Mil partículas que se dispersam no ar.
Quando líquido, eu sou viscoso, porém solúvel.
Me misturo, mas nunca mudo.

Ah, me esqueci como tentar esquecer,
E agora é loucura permanecermos assim tão próximos.
Do meu exército, sou o único ainda vivo,
E mesmo assim não sou herói.
Sou estrangeiro na terra onde nasci,
Minha herança não tem valor.

Mas eu queria ser poeta,
E então surgiu você,
Fazendo da minha tela branca e preta
Uma paleta de cores loucas.
Nasci torto, e não quis ser reto.
Eu sou - não estou maluco!

E hoje, me surpreendo e choro enquanto canto.
Sou duro como ferro,
Mas tão transponível quanto o ar.
O que me fere, não é o que toca meu corpo,
Minha dor vai mais além.

Mas ah, deixe de ouvir essas bobagens, e vá
E ao virar a esquina, há de me encontrar!
E quem sabe então,
Eu possa lhe salvar de mais um terror invisível?

Eu andei a vida toda,
Becos, esquinas,
Corredores e jardins.
E um dia eu vi você,
E me esqueci aonde eu estava indo.

Mas foi assim que eu acordei,
E vivi então.


Romulo Wagner de Souza

Numa Dança


Já era tarde, era noite, era o fim da festa.

Ou talvez já fosse dia, tudo apenas começava.

Nem me lembro como eu cheguei, de onde eu vim.

Mas por um instante tudo parou, numa dança.


Quem era você naquela hora?

A moça do outro lado da fronteira com vestido preto,

Ou aquela da terra do samba, da beira da praia?

Eram as duas e era você, numa dança.


Meus olhos já pesavam no meu rosto cansado,

Um pé na ponta do palco, outro já em casa.

Eu queria ficar, eu queria dormir.

Mas você girava e você sorria, numa dança.


Ah garota, eu não sou do seu mundo!

Só me deleito com as coisas que você faz.

Com o trançado das tuas pernas, o corte da tua roupa.

Com o brilho do teu olho, com o teu batom, numa dança.


Eu quero apenas um café contigo!

Um espaço de tempo que me confunda com o teu,

Onde caibam as músicas de outros sonhos, outros cafés.

Onde eu seja seu par, ao seu lado quase... Numa dança.


Por hora isso é tudo o que eu tenho pra você.

As palavras dos meus poemas modestos

Aspirações escondidas em miúdos, sugestões.

Queria te fazer o que você me fez, numa dança.


E você aceitou correr o risco!

Achou graça e disse que eu já era grande.

Grande pra sonhar acordado, pra enxergar no escuro.

Ou pra ficar vidrado em você, numa dança.


E agora eu me atrevo, eu te convido.

Com tuas tantas e tantas poses, teu figurino.

Convido pra uma música que não exista.

Ouso te querer mais perto, colada, qual se fosse... Numa dança.



Romulo Wagner de Souza

Sejam Bem Vindos!

Olá!
Depois de ouvir a mesma sugestão de tantos amigos, resolvi finalmente criar um blog, onde me proponho publicar as poesias que escrevo, assim como as imagens de alguns dos meus quadros.

Acredito que não existam "sensações inéditas".
Quero dizer, por mais que muitas vezes nos sintamos isolados como que numa ilha, com sentimentos que acreditamos ser tão (e somente) nossos, certamente alguém, em alguma parte do mundo, já sentiu antes, e outras pessoas ainda vão experimentar essas mesmas sensações, ou pelo menos algo bem próximo.
Claro que isso vale tanto para as coisas boas, como também para as ruins, ou mais difíceis.

Pois bem, acredito que o "milagre da arte" aconteça exatamente quando uma pessoa produz uma forma de expressão, seja de algum sentimento romântico, de preocupação, raiva, de saudade, etc. e outras pessoas se identificam com aquilo, por estarem sentindo, ou já terem sentido a mesma coisa.

Há muito mais em comum em nossas experiências de vida do que julgamos, e a verdade é que sim, estamos no mesmo barco!

Os trabalhos que produzo relacionados à arte nada tem de "super elaborados", ao contrário, são bastante simples. Falam justamente do meu cotidiano, das dores e prazeres que sinto - como qualquer outra pessoa. Ficarei muito contente se alguns de vocês que me visitarem, puderem identificar nesses textos e imagens, sentimentos e situações que já viveram antes, ou que estejam vivendo agora. Essa terá sido então minha modesta contribuição para que o "Milagre da Arte" aconteça...

Abraços a todos!

Romulo Wagner de Souza