Talvez ele tenha me traído,
Talvez tenha traído a si mesmo.
Escureceu, ficou frio,
Ficou duro, amargo.
Tão cansado após o fim,
O último golpe que sofreu.
Fez-se invisível, desapareceu,
Em tudo eu registro a sua ausência.
Logo agora que o sonho se tornou real,
Logo agora que cheguei aqui.
Tão silenciosamente ele se foi,
Que tanto demorei a perceber.
E agora então
Nada tem o mesmo gosto,
O mesmo cheiro, a mesma paz.
Principalmente eu não sou o mesmo.
Dessa vez eu realmente me perdi.
Absorvido pelo lado mais turvo,
Sou aquilo que temia me tornar,
Perdi o fio de meada, a referência.
Chove em mim e nos meus crimes.
Crimes contra a própria inocência.
E quem sangra sou sempre eu,
Estou envolvido nos dois lados.
E ele que um dia esteve em tudo,
Hoje de nada faz parte.
A não ser em breves surtos,
Quando surpreso, eu me vejo sensibilizado.
Pouco sinto desde que se foi,
Nem sei como isso aconteceu,
Mas em algum momento triste
Abriu-se um rasgo em meu peito,
E por ali ele saiu... Saiu...
Romulo Wagner de Souza
(poesia escrita em 06/2007)
Nenhum comentário:
Postar um comentário