Eu busco a genialidade da forma sem forma.
Manifestação física do abstrato que se faz tangível.
Busco um pedaço de papel qualquer,
Onde caibam meus sonhos e meu horrores.
Eu busco por aquela que me disse não,
Detro dequela que sorriu pra mm.
Ao lado das que me deram prazer,
Junto de todas que me fizeram chorar.
Busco todos os amores, dentro de um só amor.
Eu busco a coragem dos antigos heróis,
Que romperam com tudo que era convencional
Pela loucura de viverem seus sonhos, suas lutas.
Mesmo sabendo que hoje já não existem heróis assim.
Eu busco a forma de viver em dois mundos.
Um pé neste - o outro do outro lado, abaixo, acima.
Busco a fada rosada entre as pernas dela,
Um pedaço meu que cresça e ganhe vida no seu ventre.
Eu busco o meu tormento naquilo que me dá paz.
O que me enverga o corpo e estremece a alma.
A melodia que só existe em mim, que me faz voar.
Busco ser aquilo que realmente sou.
Eu busco a fala acanhada dos que temem,
As lágrimas dos que suspiram de prazer,
O andar torto e manco dos que correm contra o vento.
Eu busco a paisagem que só vejo quando fecho os olhos.
Eu busco o profano que caminha com o sagrado.
Avesso do que é real, ou que chamamos assim.
A vida que vai além da própria vida,
O velório dos mortos, na festa dos que nascem.
Eu busco estar comigo, para abraçar a todos.
Numa canção que não se ouve, ou que se ignora.
Busco o meu passado mais remoto,
Na brisa leve dos dias que ainda hão de vir.
Romulo Wagner de Souza
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