Vou cantar,
Palavras doces, de dor, de perda, de paixão.
Para quem quiser ouvir,
Eu vou andar.
Vou gritar,
Aos ouvidos surdos desse corpo que se arrasta,
Palavras de amor, de sonho, de erro, de solidão.
Para quem quiser sentir,
Eu vou falar.
Vou chorar,
Caminhando até o fim desse mundo em busca de algo que me esfrie a pele.
Mas agora, o sol já não me acorda,
Já não sinto a madrugada,
Os dias passam sem se notar.
Eu vou roubar.
Vou esquecer,
Vou arrancar meu coração desse leilão sujo.
E trazer flores, estrelas, chuva e poesia,
Para quem me oferecer um abrigo qualquer,
Um peito, um corpo, um cheiro.
Eu vou cantar.
Vou matar,
Esquecendo que essa frieza não é minha,
E nada mais me pertence.
Vou buscar o breu no fim da vela,
A paz depois do muro,
E voltar ao lugar onde me esqueci,
Eu vou sorrir.
Vou amar,
Como poeta, como louco, como anjo,
A quem der cinco minutos de vida
A este que anda sem enxergar.
A quem trouxer sorrisos novos, sonhos impossíveis e jogos perigosos.
Enfim eu vou cantar,
Vou chorar, sorrir, amar, matar, gritar, vou enlouquecer!
Mas antes,
Para quem quiser,
Vou me fazer sentir...
Romulo Wagner de Souza
(poesia escrita em 03/2003)
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