
Quem eu seria?
Se eu rasgasse minhas roupas, meu figurino,
Se eu tirasse o meu anel, meus brincos,
Se eu esquecesse dos meus planos, dos meus sonhos.
Quem eu seria?
Se minhas máscaras todas caíssem,
Se não fosse meu riso escandaloso,
Se secassem as lágrimas que derramo em silêncio.
Quem eu seria?
Se nada mais me servisse, me coubesse,
Se minha raiva de tudo se calasse,
Se não visse rosas para dar a quem desejo.
Quem eu seria?
Se até minha apatia me fugisse,
Se nada mais me assustasse, me encantasse,
Se minha inocência não voltasse mais pra casa.
Quem ficaria, o que restaria?
Quando o sol não brilhar mais contente,
Nem a lua animar minhas paixões secretas,
Quando me faltar o papel e a caneta.
Mesmo sabendo que tudo gira em minha órbita,
Tudo o que sou, o que desejo, o que vivo.
Quem realmente vive por debaixo dessas coisas?
E eu, quem seria?
Romulo Wagner de Souza
(quadro de 08/2010 - Pastel a Óleo sobre papel 70 x 50cm
Poesia escrita no dia em que o quadro ficou pronto)
Seria o quadro que ilustra a poesia,
Ou a poesia que descreve o quadro?...